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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Por que os cristãos eram perseguidos no Império Romano?

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Créditos da imagem: https://www.firstthings.com/ Esta é a pergunta que o historiador Ste. Croix se propôs responder investigando exclusivamente fontes romanas. Bem, em 64 d.C. Roma foi incendiada por Nero. Acredita-se que ele fez isso para construir seu palácio. O detalhe é que o imperador pôs a culpa nos cristãos, o que iniciou a primeira perseguição comprovada contra eles. Além de serem acusados de incendiários, através dos escritos de Tácito e de Suetônio sabemos que os cristãos foram acusados de odiarem a espécie humana. As fontes também relatam que eles eram odiados pelo povo por suas abominações. Ou seja, para os romanos os cristãos eram capazes de cometer crimes terríveis! Logo, eram perigosos. Então, dá pra entender por que bastava a acusação de ser cristão para alguém ser julgado. Ao que tudo indica, havia um ódio popular contra eles que levavam as autoridades a agir. Ser cristão era suficiente para sofrer punição. Depois de Nero, sabemos que durante o principado de Domi

Nheengatu, a língua geral brasílica

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Créditos da imagem: https://www.jesuitasbrasil.org.br   É uma verdadeira proeza que em um país continental como o Brasil se fale uma única língua: o português. Bem, esta frase está errada. Atualmente, existem mais de 250 povos indígenas no Brasil falando mais de 150 línguas diferentes.  Acredita-se que quando os portugueses chegaram aqui havia mais de mais 800 línguas indígenas diferentes. Para os jesuítas que tinham a missão de evangelizar os povos nativos, essa variedade linguística era um grande problema.  O padre José de Anchieta criou em 1618 uma gramática e um vocabulário para o nheengatu, palavra que significa "língua boa", ou seja, uma língua que indígenas e portugueses conseguiam compreender. Daí vem a palavra nhenhenhém (conversa mole) que usamos até hoje.  Com a sistematização do nheengatu feita por Anchieta, os jesuítas contribuíram para espalhá-lo. A referência para essa sistematização foi o tupi falado pelos tupinambás. Nesses grande esforço fei

Arquitetura da Destruição e a concepção nazista de arte

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#PraTodosVerem: Hitler observa uma maquete sobre os novos prédios gigantestos que expressavam a ideologia nazista.    Créditos da imagem: https://www.playpilot.com "Arquitetura da Destruição" (1989) é um documentário sueco dirigido por Peter Cohen. Diante da onda autoritária que avança pelo mundo é mais que recomendado. Para os nazistas, a ideia da pureza da raça era fundamental para criar um mundo mais harmonioso. A arte nazista propaga esta nova estética de homem novo e de mundo perfeito conduzido pelo sangue puro. Não é sem razão que a ideologia nazista se opôs ao racionalismo difundido pós Revolução Francesa, apelando para as emoções e sentimentos do povo em discursos inflamados. É claro que os nazistas se opuseram ao racionalismo para blindar o regime e impedir o questionamento, a dúvida, a crítica e o pensar por conta própria. Eles se colocaram na posição de paladinos dos sentimentos, dos desejos e dos sonhos do povo, o que foi reconhecido por parte a socieda

Amar o próximo como a si mesmo é um mandamento cristão?

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Créditos da imagem: http://centrodombosco.org   Para alguns cristãos, o amor ao próximo seria uma espécie de síntese do cristianismo. Na verdade, trata-se de um mandamento judaico: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou Iahweh" (Levítico 19,18). Esse amor ao próximo na tradição deve acontecer pela simples razão de que a alma de uma pessoa e a alma do próximo são esculpidas pelo mesmo trono de Esplendor divino. Contudo, esse amor ao próximo tem uma dimensão prática, não se trata apenas de uma ideia ou de um princípio nobre. Ao discorrer sobre a prática da caridade e a prática da misericórdia os sábios afirmam que: "A caridade significa dar algo de nossa propriedade, enquanto a prática da misericórdia significa dar algo de nós próprios. A caridade só é dada aos pobres, ao passo que a misericórdia pode ser concedida tanto aos ricos como aos pobres" (Sukkah 49b). Conta o Talmud que um ateu se dirigiu ao Rabi Shammai e lhe disse: "Tornar-me-ei um

Rubicão e Alea iacta est

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Créditos da imagem: https://www.thoughtco.com Em 10 de janeiro de 49 a.C. (um pouco mais, um pouco menos), Júlio César e uma parte de seu exército atravessou o Rio Rubicão (na época, um pequeno riacho) que marcava a fronteira norte da Itália. Era um limite de segurança legal, para impedir que generais utilizassem suas legiões em prol de suas ambições políticas na cidade de Roma. Com o seu sucesso na Gália, ele sabia muito bem que transpondo o rio com uma de suas legiões estava rompendo com essa lei. A expressão “cruzar o Rubicão” entrou para a história. O sentido seria “cruzar o ponto de onde não é mais possível voltar atrás”. Mas para a historiadora Mary Beard não era esse o sentido original dado por Júlio César. "César citou em grego algumas palavras do dramaturgo ateniense, autor de comédias, Menandro: literalmente, em uma frase tomada de empréstimo dos jogos de azar, “Que o dado seja lançado”. Apesar da tradução mais usual — “A sorte está lançada” —, que de novo parece

A Batalha de Poitiers

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Créditos da imagem: https://www.britannica.com/ Em "outubro de 732 (...) dois exércitos encontram-se frente a frente (...) são dois mundos, duas civilizações que vão defrontar num campo de batalha, perto de Poitiers". É assim que o historiador francês Jacques Marseille abre o seu livro da coleção dirigida por ele, Grandes Momentos da História, destinada para o público infantojuvenil. De um lado, o emir Abd-er-Rhaman lidera os árabes com seus cavalos, cimitarras, arcos e lanças. Do outro lado, o mordomo do palácio Carlos Martel lidera os francos com seus enormes cavalos, capacetes, escudos, grandes espadas, lanças e machados. Nesta época, os últimos reis merovíngios eram muito fracos e perderam a sua autoridade. As guerras internas eram frequentes e várias regiões tornaram-se independentes como a Borgonha, Provença e a Aquitânia. O mordomo do palácio era uma espécie de principal ajudante do rei. Ele é quem administrava os domínios do reino e distribuía as rec

O que é Jihad?

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Batalha de Badr. Crédito da imagem: https://www.nationalgeographic.org/ Jihad significa esforço e resistência constante . Geralmente, é traduzida como guerra santa . De fato, a jihad pode incorrer em batalhas militares. Porém, ela possui uma dimensão bem mais profunda do que apenas fazer guerra contra os infiéis. Segundo o historiador Jean-Paul Charnay, o Corão dá três significados para jihad: superação do ser, iniciativa guerreira e ascensão espiritual. O que ficou mais conhecido no ocidente é a segunda dimensão (iniciativa guerreira), que Maomé qualificou como pequena jihad. A grande jihad seria o aperfeiçoamento pessoal. Portanto, a questão central da jihad é um esforço espiritual para viver a fé de forma mais autêntica. Ela seria uma demonstração de fervor e de zelo pela fé diante os infiéis. Se por um lado o Islã afirma que não se pode forçar a conversão imediata dos infiéis, também há o entendimento de que aquele que morrer combatendo por Alá será recebido como mártir no pa

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