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Mostrando postagens de março, 2020

A Revolução de 1964

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Este era o título de um pequeno texto presente na "Apostila do Atirador", um material de estudos destinado aos jovens que prestavam serviço militar obrigatório em 1996. Lá estava eu! Quando li este título, logo pensei que se tratava de um esforço para mostrar de forma positiva o golpe dado no presidente João Goulart. É claro que a palavra revolução foi utilizada para denotar uma mudança pra melhor. Hoje, os defensores da ditadura falam de movimento de 1964. Lembro-me também, que em uma das instruções um dos soldados perguntou ao sargento o que foi o atentado do Rio-Centro (?!?!?!?!?!!!!). É claro que o sargento desconversou com um certo riso, dizendo que não foi nada. Lembro-me que ele olhou para mim com o canto dos olhos... Eu com um gesto de cabeça demonstrei eu que sabia do que se tratava e que ele também. Bom, foi por isso ele me olhou com o canto dos olhos: ele sabia que eu sabia. Minha experiência no exército foi positiva. Porém, ao ser recrutado, eu não pude ingr

O calendário da Revolução Francesa

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Créditos da imagem: http://www.scalarchives.com Há coisas bem esquisitas que acontecem no mundo, totalmente desnecessárias. Uma delas foi a adoção de um novo calendário durante a Revolução Francesa. Para demarcar o quão importante era aquele momento na história, os franceses começaram a contar o tempo novamente, deixando claro a ruptura com o momento anterior. Criaram um novo calendário para evidenciar o começo de um novo tempo na história do mundo. O calendário começou a valer em 1793. Ele possuía 12 meses de 30 dias. Cada mês tinha três semanas de 10 dias. O dia foi dividido em 10 horas de 100 minutos. Por fim, um minuto tinha 100 segundos. O ano começou no dia 22 de setembro de 1792, que além de ser o equinócio de outono no hemisfério norte, foi o dia da Proclamação da República Francesa. Os nomes dos meses também eram bem diferentes, baseados nas condições do clima, na agricultura e nas estações. Esta é a lista dos meses com a correspondência do nosso calendár

Pra que serve a política?

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Religião, futebol e política não se discutem? Claro que sim! É possível pensar e debater sobre qualquer coisa. Aliás, é justamente pelo fato das pessoas não serem educadas desde muito cedo ao diálogo, muita agressão existe hoje nas redes sociais. Quando faltam argumentos ao redor de ideias, as pessoas se agridem. Então, vamos lá. Para que serve a política? Essa parece uma pergunta difícil de responder, pois os grupos políticos (partidos, sindicatos, associações, movimentos) têm propósitos ou intenções diferentes. Então, pensando a partir da realidade atual, a política serve pra atender interesses particulares ou de um grupo específico. Sendo múltiplos esses interesses, fica difícil achar uma resposta.   Para Aristóteles (384-322 a.C.) a política não tinha uma pluralidade de finalidades. Ela não era entendida como um espaço em disputa para dela se servir, ou seja, para atender aos fins específicos do grupo vencedor. Segundo o filósofo grego, a política procura tornar os membros

O monopólio do uso legítimo da violência física

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Créditos da imagem: http://editoraunesp.com.br/blog   Em 1919 Max Weber realizou uma importante conferência intitulada "A Política como vocação". Nela, procurou discutir o que é vocação política e qual o seu sentido. Para Weber, a política está associada ao poder do Estado e aos meios que ele atua. Assim, o Estado se estabelece por meio de coação, de força, a tal ponto de ser a violência o instrumento específico do Estado. É nesse contexto que se insere a sua famosa frase: ao Estado compete o "monopólio do uso legítimo da violência física". Mais à frente, Weber afirma que um dos fundamentos de legitimidade é a legalidade, isto é, a legitimidade vem pelo respeito à legalidade, às regras racionalmente estabelecidas para o exercício do poder. Então, o uso legítimo da violência física por parte do Estado não se faz de qualquer maneira, sob qualquer pretexto, mas apenas sob a observância da lei. Quando analisamos a atual conjuntura brasileira, o uso ilegítimo

A fuga dos cristãos para Pela

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No final do primeiro século, em meio ao trágico acontecimento da Primeira Guerra Judaica (66-72 d.C.) na qual o exército romano destruiu o Templo de Jerusalém, uma curiosa narrativa sobre a fuga dos cristãos de Jerusalém permanece na fronteira entre a lenda e os fatos. As primeiras comunidades cristãs eram formadas por judeus, chamados pelos especialistas de judeu-cristãos. Na guerra contra os romanos, essas comunidades teriam abandonado Jerusalém migrando-se para Pela (atual Tabaqat Fahl - Jordânia). Ruínas de Pela. Créditos da Imagem: https://universes.art/en/art-destinations/jordan/pella   Eusébio de Cesareia relata que os cristãos partiram para Pela pouco antes da guerra começar: Ora, os membros da Igreja de Jerusalém, através de uma profecia proveniente de uma revelação feita aos fiéis mais ilustres da cidade, receberam ordem de deixar a cidade antes da guerra e transferir-se para uma cidade da Pereia, chamada Pela. Para lá fugiram de Jerusalém os fiéis de Cristo, de so

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