O lado obscuro da Era Vargas

Créditos da imagem: Toda Matéria

Os dois período do governo de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) foram marcados por grandes avanços em várias áreas. Destacam-se o grande crescimento econômico com a industrialização e os direitos trabalhistas (CLT).

Créditos da imagem: Filinto Muller, 1959 - Veja - Abril.com

Mas há um lado pouco conhecido na era Vargas. Durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945) a polícia política torturava a assassinada adversários do regime, desde os integralistas da Ação Integralista Brasileira (AIB) até os comunistas da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Esses crimes não eram conhecidos pela população porque havia censura à imprensa. Após a queda de Vargas em 1945, o jornalista David Nasser publicou seis reportagens na revista O Cruzeiro sob o título "Falta alguém em Nuremberg". O Tribunal de Nuremberg foi instalado na Europa depois da 2a Guerra Mundial para julgar os crimes cometidos pelos nazistas. Segundo Nasser, Filinto Muller, chefe da polícia política, era esse que faltava no tribunal. Ou seja, seus crimes durante a ditadura Vargas equiparavam-se ao crimes cometidos pelos nazistas. Aliás, ainda em 1937, Filinto Muller visitou a Alemanha e se encontrou com Heinrich Himmler, chefe da Gestapo.

Segundo o historiador José Murilo do Carvalho,
"Os principais instrumentos de tortura mencionados em depoimentos no Congresso e registrados por David Nasser eram: o maçarico, que queimava e arrancava pedaços da carne; os "adelfins", estiletes de madeira que eram enfiados por debaixo das unhas; os "anjinhos", espécie de alicate para apertar e esmagar testículos e pontas de seio; a "cadeira americana", que não permitia que o preso dormisse; e a máscara de couro".

É claro que poucos resistiam aos espancamentos. Os órgãos do Estado que realizaram essas torturas foram: Polícia Central, Polícia Especial, Delegacia de Ordem Política e Social (Dops) e Casa de Detenção. Vale lembrar que essas mesmas práticas aconteceram durante a Ditadura Militar (1964-1985). Isso é um alerta ao nosso tempo, pois muitos acham que seus adversários políticos não devem ser tratados com humanidade, mas à revelia do que diz a lei.

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