Pão e circo ou panem et circenses

Crédito da imagem: https://whatwouldjackdo.org

Em português, dizemos "pão e circo". Mas, seu sentido mais preciso seria pão e jogos realizados nos circos (como o Circo Máximo) e em anfiteatros (como o Coliseu).

Trata-se de uma prática utilizada por muitos imperadores romanos, que consistia em oferecer alimento e diversão à população. Essa prática era vista com grande reserva pela aristocracia senatorial, mas era aclamada pela plebe.

Marco Cornélio Frontão é considerado um dos maiores oradores romanos. Ele viveu no século II d.C. e foi cônsul no ano 143. Foi preceptor do imperador Marco Aurélio e em 165 d.C. escreveu Introdução à História, uma obra sobre a guerra contra os Partos empreendida por Lúcio Vero. Nesse livro, Frontão lembra que Trajano foi um grande exemplo de como um imperador deve conquistar o povo.
"Seguindo os princípios mais elevados da sabedoria política, o imperador nunca descurava os atores e os outros protagonistas do circo e do anfiteatro. Sabia bem que os Romanos se conquistavam sobretudo com duas coisas: a distribuição de trigo e os espetáculos públicos. O governo de um imperador é avaliado tanto pelos divertimentos como pelas coisas sérias. Descurar os assuntos importantes pode provocar um prejuízo maior, mas descurar os divertimentos provoca maior descontentamento. As distribuições públicas compensam apenas os plebeus inscritos nas listas frumentárias, e só um de cada vez, quando o seu nome é chamado. Mas com os espetáculos todos são recompensados"
Esse documento é importante, pois além considerar o pão e o circo como uma ação política sábia para conter a plebe, revela que uma parte dos pobres de Roma que frequentava os espetáculos e os jogos não recebia a distribuição pública do trigo. Ou seja, a política do pão e circo não era tão abrangente assim.
De qualquer forma, hoje em dia essa tática ainda está presente no meio político, não é mesmo?

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