Francisco Ferdinando: cabra marcado para morrer

Créditos da imagem: ThoughtCo

O fato de um assassinato dar início a uma guerra mundial é no mínimo muito estranho. A morte do arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do trono do Império Austro-Húngaro, por Gavrilo Princip, estudante sérvio do grupo Mão Negra deflagrou a Primeira Guerra Mundial.

Um assassinato que provoca uma guerra é tão inusitado quanto as próprias circunstâncias da morte do arquiduque.
Ferdinando foi morto em uma visita a Sarajevo, capital da Bósnia. A Bósnia era uma província de população sérvia que foi anexada pela Áustria-Hungria. Por isso, Apis, coronel da Sérvia e líder do Mão Negra lutava pela libertação da Bósnia e pela restauração da Grande Sérvia.

Apis recrutou e treinou jovens nacionalistas empenhados na causa. A visita de Ferdinando à Sarajevo forneceu uma grande oportunidade para a ação do grupo. O assassinato foi muito bem planejado. Os sete jovens se distribuíram armados com pistolas e bombas na avenida principal da cidade por onde o arquiduque e sua esposa passariam desfilando em carro aberto.

A primeira granada foi lançada, mas atingiu a traseira do carro que partiu em disparada. Ao explodir, a bomba atingiu um soldado do carro que vinha atrás. Os outros membros do Mão Negra, pegos de surpresa, permaneceram paralisados e perplexos.

Após recepção na prefeitura da cidade, Francisco Ferdinando fez questão de visitar o soldado ferido no hospital. O motorista tomou o caminho errado e deu de cara com Gavrilo Princip que saía de uma "padaria" onde acabara de comer um sanduíche. O motorista, ao tentar voltar pelo caminho correto, emperrou a marcha do carro. Tempo suficiente para Gavrilo sacar sua arma e disparar dois tiros. O arquiduque, protegido por uma jaqueta a prova de balas, foi atingido no pescoço. Sophia, sua esposa (grávida), foi atingida no estômago. Este triplo assassinato deu origem a Primeira Guerra Mundial. Uma consequência que Gavrilo jamais poderia imaginar.

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