As Cruzadas vista pelos árabes

Créditos da imagem: Clio Texte - Les Clionautes
Os cristãos partiram para a Cruzada convictos de estarem obedecendo a vontade de Deus. Inicialmente, é certo afirmar que o motivo da Primeira Cruzada foi religioso: retomar o túmulo de Cristo sob domínio dos muçulmanos.

Porém, quando estudamos história, não devemos nos esquecer que um mesmo acontecimento provoca impactos diferentes nos grupos humanos. Assim, é sempre bom investigar a história em diferentes ângulos.

Como será que os muçulmanos viram esse acontecimento?
O que eles pensavam das Cruzadas?

Os árabes se referiam aos cruzados como invasores. Eles o chamavam de franj, já que muitos eram francos (franceses).

Em princípio, os cruzados encontraram certa facilidade para realizar as suas conquistas, pois não havia uma unidade entre os sultãos. Embora muçulmanos, muitos eram inimigos entre si. Então, cada sultão lutava sozinho contra o exército dos franj. Os próprios árabes demoraram cinquenta anos para se organizarem em uma guerra de grandes proporções. Os líderes do Islã viam nessa marcha dos cristãos apenas mais um capítulo da rivalidade entre as duas religiões, que entraram em luta em outras ocasiões.

Todas as cidades conquistadas pelos muçulmanos estavam antes sob o domínio do imperador bizantino. Era de se esperar que um dia os cristão tentariam retomá-las. É por isso que no princípio, as cruzadas não foram levadas muito a sério. Nada de tão novo estava acontecendo. É claro que os muçulmanos se enganaram.

A cada avanço dos cruzados o temor se intensificava. Os cronistas árabes relatam com horror as batalhas. Na realidade, o que é relatado pelos cronistas sempre esteve presente em qualquer guerra. Mas a fúria com que os cristãos lutavam por sua religião causava espanto.

Os franj, a caminho de Nicéia, são acusados de realizar grandes saques por onde passavam, massacrando camponeses e queimando pessoas vivas.

A cidade de Antioquia foi incendiada. Homens, mulheres e crianças que corriam tentando fugir eram degoladas pelos cavaleiros que os alcançavam com facilidade.

Também na cidade de Maara os árabes mencionam uma grande carnificina. Contudo, é importante lembrar que, geralmente, o número de pessoas mortas é exagerado. No caso de Maara, os franj são acusados de antropofagia.

Finalmente, em Jerusalém, os relatos dos próprios cruzados dão a dimensão do massacre ocorrido na Cidade Santa. Corpos se amontoavam e o sangue corria pelas ruas estreitas. Os guerreiros cavalgavam com o sangue das vítimas até a altura de seus joelhos!
Após anos de caminhada, passando por grandes sofrimentos e privações, era de se esperar que os cruzados entrassem em Jerusalém com grande fúria. Os habitantes que conseguiram escapar chamavam os franj de fanáticos. Depois de três dias praticamente não se via mais nenhum judeus ou muçulmanos na cidade.

Comentários

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