Unificação Italiana por Giuseppe Mazzini


“Somos um povo de 21 a 22 milhões de homens designados, há tempos imemoráveis, sob o nome de povo italiano, encerrados dentro dos limites naturais mais precisos jamais traçados por Deus: o mar e as montanhas mais altas da Europa. Falamos a mesma língua, temos as mesmas crenças, os mesmos costumes, os mesmos hábitos; orgulhamo-nos do mais glorioso passado político, científico, artístico conhecido da história européia. Não temos bandeira, nem nome político, não temos voz entre as nações da Europa. Nós não temos um centro comum. Nós somos desmembrados em oito Estados, independentes um do outro, sem aliança, sem unidade objetiva, sem contatos recíprocos regulares. Oito linhas de alfândega, sem contar os impedimentos que resultam da triste administração interior de cada Estado, dividem nossos interesses materiais, colocam obstáculos em nossos progressos, impedem todo o crescimento manufatureiro, toda a atividade comercial externa. Proibições ou direitos enormes impedem a importação e a exportação. Produtos do solo e da indústria sobram numa província da Itália e fazem falta em outra sem que se possa restabelecer o equilíbrio, vender ou trocar o supérfluo. Oito sistemas diversos de moedas, de pesos e medidas, de legislação civil, comercial ou penal, de organização administrativa, tornam-nos estrangeiros uns dos outros. Não existe liberdade de imprensa, nem de associação, nem de palavra, nem de petição coletiva, nem de introdução de livros estrangeiros, nem de educação: nada. Um desses estados, que compreende um quarto da península, pertence à Áustria; os outros, dela seguem, cegamente, a influência”.
Giuseppe Mazzini (1805-1872)

Postagens mais visitadas deste blog

História em debate: Anarquismo

O calendário da Revolução Francesa

O povo e a ralé em Hannah Arendt

As obrigações do vassalo

Assine a nossa newsletter

Siga-nos nas redes sociais

Style Social Media Buttons