Aonde a vaca vai, o boi vai atrás

Créditos da imagem: https://www.planocritico.com/critica-nem-que-a-vaca-tussa/

Os portugueses quando chegaram aqui, demoraram para povoar o interior do Brasil. Eles preferiam ficar junto ao litoral próximos do mar extraindo o pau-brasil e depois cultivando a cana-de-açúcar. Foram as vacas e os bois - que corriam atrás - que contribuíram para a entrada do europeu no sertão.

Partindo da Bahia, eles formavam fazendas de gado nas proximidades do Rio São Francisco. Outros penetravam no território a partir de Pernambuco. O vaqueiro que cuidava da fazenda, após alguns anos recebia do dono (que morava no litoral) algumas crias como pagamento. Aí, ele solicitava ao governador um outro local para tocar seu próprio negócio. Assim, se caminhava cada vez mais para o interior da colônia.

As vacas e os bois - que corriam atrás - tinham de ficar no mínimo a 10 léguas (mais ou menos 48 quilômetros) longe da costa para não devorar as plantações, já que os animais eram criados soltos (não havia arame farpado na época).

Esse processo se deu pela necessidade de abastecer as cidades litorâneas de carne. No início do século XVIII, 72 mil cabeças eram consumidas por ano no Brasil. Além de fornecer carne, o gado também era importante para mover os engenhos, carregar as caixas de açúcar para o porto e fornecia couro que também era exportado.

Mas as vaquinhas não morriam com o calor do nordeste? Realmente, quando a seca era forte muitos bois ficavam viúvos. No sertão nordestino a agricultura não era praticada devido a falta de água. Já a pecuária, era uma atividade que valia a pena por seu baixo custo. O dono da fazenda – que não morava nela, mas arrendava a terra – não precisava preparar o solo para o gado. As vaquinhas e os bois comiam qualquer coisa. Além disso, a mão de obra para manter as fazendas era barata; bastava um vaqueiro e um ou outro ajudante.

Outra atividade que proporcionou a ocupação do interior foi a mineração. Mas esta é uma outra história.

Para saber mais:

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