Aprendendo na Pinacoteca
Visitar um museu pode ser algo prazeroso ou pavoroso! Quantas vezes eu vi em museus pessoas cansadas, com cara de desespero, olhando e não vendo nada, morrendo de dores nas pernas...
Quantas vezes eu vi monitores falando para grupos de adolescentes que tem "olhos mas não veem; ouvidos mas não ouvem"...
Quantas vezes eu ouvi grupos de alunos com perguntas inteligentíssimas sobre as obras de arte, como: "Falta muito?" "Já vamos embora?" "Quando vamos comer?"
Não se pode ver tudo em um museu. A visita deve ser preparada com objetivos muito claros e precisos. É melhor os alunos realizarem uma atividade de investigação a partir de um roteiro estabelecido pelo professor.
Não se trata de ficar falando muito aos alunos. Conhecer os artistas, as obras ou a história e a importância do museu são questões importantes, mas que podem ser trabalhadas e debatidas com os alunos antes da visita na própria escola. No dia da visita é melhor o professor fazer breves e poucas intervenções deixando os alunos atuarem com autonomia a partir do roteiro proposto. Isso torna a visita mais produtiva e instigante, à medida que o aluno produz conhecimento através de sua própria observação, ao invés de ficar anotando o que ouve (quando ouve). Os resultados são surpreendentes e estimulantes!
Eis um exemplo:
Antônio Parreiras (1869-1937) - Fim de romance (1912)
"Ligando o título da obra à imagem, (...) creio que o caboclo tenha se suicidado com o "fim do romance", um amor que para ele valia mais do que a própria vida. Percebo também que o cavalo, seu fiel companheiro, não o deixa (...) ele tenta "acordar" o dono morto, caído na estradinha de areia (...) Posso observar nos olhos do cavalo sofrimento, angústia, decepção e a perda irreparável de seu amigo caboclo".
Viviane Rosário dos Santos Cardoso - Senac Jabaquara.
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Abraço