A páscoa judaica


Hoje os judeus comemoram a Páscoa. Em uma celebração familiar acontece o Seder (em hebr. ordem), "uma refeição ritual que testemunha tudo o que é relatado na cerimônia com uma ordem pré estabelecida na seqüência da narração e no uso dos símbolos". Esta seqüência encontra-se na Haggadá de Pessach (narrativa da páscoa). Nesta cerimônia os judeus atualizam os acontecimentos da noite em que Deus, através de Moisés, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito conduzindo-os à Terra Prometida.

A palavra hebraica pessach significa passagem, referência à passagem de Deus sobre às casas dos hebreus, quando exterminou os primogênitos dos egípcios, poupando e libertando seu povo.
No dia da páscoa, a leitura da haggadá é feita por toda a família num contexto celebrativo de oração, onde é realizada a refeição ritual (seder).
Fazem parte da refeição:

- Um cálice de vinho para cada conviva do qual se bebe 4 vezes:
1a como cálice do êxodo ou da santificação;
2a como cálice da libertação;
3a como cálice da salvação ou da benção;
4a como cálice da eleição.
- Um cálice para o profeta Elias.
- Três matzôt (pão ázimo) devido as três famílias judaicas (Cohen, Levi e Israel) que representam a salvação operada por Deus ao povo.
- Um osso tostado (representando o cordeiro).
- Um ovo cozido que simboliza que a vida do homem muda como o ovo vira, e que portanto, os que estão aflitos receberão consolo.
- Água salgada que simboliza as lágrimas derramadas no Egito.
- Marôr (erva amarga que representa a amargura do Egito).
- Charôsset que é um mingau de sabor doce e suave símbolo da argamassa usada no trabalho dos hebreus ao fazerem tijolos no Egito. Como o sabor é agradável, representa também o trabalho abençoado dos tempos messiânicos.

Em toda a Haggadá, por meio de um diálogo, o pai esclarece aos filhos os significados dos alimentos, a história dos patriarcas, narra como Deus os salvou, responde à perguntas das crianças como "o que destaca esta noite de todas as noites?"e conta um pouco a história de grandes rabinos do passado. Rezam-se salmos e cânticos tradicionais.

Porém, o fato mais importante é que esta celebração não consiste em apenas fazer uma recordação da páscoa judaica. Diz a haggadá: Em todos os tempos e em todas as gerações cumpre a cada um de Israel considerar-se libertado do jugo egípcio. Pois assim lemos: "Naquele dia, assim falarás a teu filho: Eis que Iahweh fez por mim, quando saí do Egito." Não só os nossos antepassados libertou o Santo, que seja bendito; Ele nos salvou com eles.

Portanto, para os judeus, não se trata de uma simples recordação da saída do Egito, mas sim, de tornar presente aquele acontecimento. Deus novamente liberta cada judeu ao celebrar a páscoa. Acontece novamente a passagem de Deus que, conforme rezam, "nos conduziu da escravidão para a liberdade, da aflição para a alegria, do luto para a festa, da escuridão para a luz brilhante, da opressão para a salvação".

Comentários

Atílio disse…
Amigo Professor indique o nosso Blog também sou um professor de história e blogueiro.
http://oilita.blogspot.com/
Gostei desta informação. valeu.

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