O encontro dos índios com os portugueses


Foi mais ou menos assim. Bem lá longe, em meio ao imenso mar azul, surgiu um pontinho branco que foi crescendo e crescendo… Quanto maior ficava, maior era a movimentação na praia.
“O que seria aquilo?”, perguntavam uns aos outros.
“De quem poderia ser aquela canoa gigante?”
Alguns arriscavam uma resposta: “É a deusa Maíra que veio do mar!” Surpresos, todos permaneciam ali paradinhos com os olhos arregalados! Jamais tinham visto coisa parecida.
“Mas, se são mesmo os deuses, o que querem de nós?” Silêncio absoluto.
Os portugueses, exaustos e famintos depois da longa viagem, aproximam-se num pequeno barco trazendo no corpo as feridas causadas pelo escorbuto, além do terrível mau cheiro de vários dias sem banho.
Os índios, ao verem aquela estranha criatura com panos sobre corpo e pelos no rosto, exclamaram: “Como são feios! Não são deuses, são demônios!

Foi assim que Darcy Ribeiro comentou como foi o primeiro contato entre índios e portugueses. Apesar da brincadeira, o antropólogo e educador falava da quebra de expectativa que aconteceu neste estranho encontro. Os índios teriam se desencantado logo. Já os europeus, observando os corpos robustos e bem feitos dos homens e, sobretudo, a beleza das índias todas nuas ficaram deslumbrados. Depois de meses navegando sem ver uma mulher, imaginem o impacto provocado por aquela visão paradisíaca... Nove meses depois dos portugueses pisarem nas areias da praia, nasceu o primeiro brasileiro.

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