Imperialismo, neocolonialismo e colonialismo na Europa

Conferência de Berlim. Crédito da imagem: https://ensinarhistoriajoelza.com.br

Como assim? colonialismo na Europa?!?!
É isso mesmo! A Europa colonizadora, hoje é colonizada por latinos, asiáticos e africanos em busca de uma vida melhor. É como se estivesse acontecendo o processo inverso do ocorrido nos séculos XV, XVI e XIX.
Bom, na verdade, trata-se de mais um fenômeno de migração que existe neste planeta desde o surgimento do primeiro homo erectus. Colonização é algo mais complexo que envolve um projeto claro, articulado, de grandes dimensões. Mas, talvez seja possível divagar por aí, uma espécie de ironia meio esquisita da história. Não há como não relacioná-lo ao Imperialismo.

Chamamos a ação imperialista dos países europeus sobre a África e a Ásia de neocolonialismo. Em busca de matéria-prima para abastecer as indústrias europeias em meio à Segunda Revolução Industrial, o continente africano e parte da Ásia foram divididos entre as potências europeias. Esta exploração garantiu que a Europa ficasse ainda mais rica. Já a África e a Ásia mergulharam numa profunda miséria, cujos efeitos são sentidos até hoje.

A atuação europeia resultou na estagnação econômica e na ausência de condições mínimas de infraestrutura nestas regiões. Além disso, os europeus desarticularam toda a organização tribal em seus territórios, o que gerou intensos conflitos de grupos rivais pelo poder após a independência das colônias. A fome, a miséria, a guerra e as epidemias destroem populações inteiras ainda hoje.

Bom, mas por que é possível falar em colonialismo na Europa?
Com a descolonização da África e da Ásia após a Segunda Guerra Mundial alguns países europeus como a França facilitaram o acesso de seus ex-colonos à cidadania. Era uma forma de compensação, de limpar essa mancha no passado da nação que primeiro defendeu os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Então, muitos africanos e asiáticos migraram para a Europa em busca de uma vida melhor. Esses migrantes vivem nas periferias das grandes cidades (como Paris) e, geralmente, não conseguem emprego.

Após décadas de políticas que incentivaram a contracepção e a consequente queda dos índices de natalidade, a Europa se vê num dilema: em algumas regiões o crescimento vegetativo é negativo (morre mais gente do que nasce). O imigrante é, portanto, necessário para compor quadros no setor produtivo, mas muitos não possuem qualificação. Os que chegam desejam usufruir das vantagens da União Europeia e nem sempre querem incorporar a cultura e o modo de vida local. Trazem seus costumes, sua religião, vivem juntos em guetos para preservar sua identidade cultural. São vistos com desconfiança e responsabilizados pelo aumento da criminalidade. Os conflitos são cada vez mais latentes e o clima de xenofobia ora velado, ora escancarado está presente entre muitos europeus. À contragosto, a velha Europa aos poucos é renovada pelos ex-colonos que tanto explorou um dia...

Comentários

Fernanda disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda disse…
Querido Prof.
Salvaste uma vida!
Obrigadaaaaaa;

Ps¹.: Sem querer abusar de seu conhecimento, se puder escrever qualquer coisa sobre o México, aqui tem uma fã/leitora!
Creio que errei a ortografia, salvaste está em espanhol, mas a palavra em português fugiu ;/

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