O que há de comum entre Pedro Américo e Napoleão Bonaparte?

Este quadro todo mundo conhece: é o "Independência ou morte" pintado por Pedro Américo em 1888. Todos sabem que esta cena jamais aconteceu. Foi invenção de Pedro Américo para tornar o grito do Ipiranga um ato heroico e glorioso.

Agora, o que pouca gente sabe é que talvez Pedro Américo não tenha inventado a cena, mas "copiado". Olhe bem para o segundo quadro abaixo pintado em 1875 por Ernest Meissonier. Ele é sobre a vitoriosa batalha de Napoleão em Friedland no ano de 1807.

Alguns historiadores dizem que Pedro Américo teve como referência para o seu trabalho o quadro de Meissonier. Portanto, tratou-se de um "plágio" bem bolado.
D. Pedro I, assim como Napoleão Bonaparte, está montado no cavalo posto em uma elevação, cercado por uma pequena comitiva e fazendo o mesmo gesto. Napoleão segura seu chapéu. D. Pedro sua espada. Ambos estão na mesma posição do quadro. À direita, aparecem os cavalos. Meissonier os pintou como que saindo do quadro. Pedro Américo pintou os cavalos invertendo a posição deles.
Será que foi plágio mesmo ou uma feliz coincidência?

Comentários

Anônimo disse…
caramba! amei seu blog.
tambem sou professora de Historia e queria deixar aqui um depoimento esse blog está show de bola.
Anônimo disse…
caramba! amei seu blog.
tambem sou professora de Historia e queria deixar aqui um depoimento esse blog está show de bola.
Daniel Giandoso disse…
Jaqueline!
Que bom que você gostou!
Obrigado pela visita
Daniel Giandoso disse…
Você também é uma historiadora! Precisamos conversar mais!
Abraço, Daniel.
Cherry ♥ disse…
Realmente o blog está ótimo, obrigado pela ajuda em meus trabalhos!
Adoro história e a maneira como vc está postando esclarece mt mais!
Daniel Giandoso disse…
Oi Cherry!

Fico muito contente por poder te ajudar. Eu não tenho muito tempo agor, são tantas coisas que tenho que fazer que me absorvem. Preciso escrever mais aqui...
Anônimo disse…
interessante vc ter colocado essa questão. a noção de plágio é inteiramente descabida quando se trata de pintura histórica do século XIX. O modelo formal neoclássico, sobretudo nas obras encomendadas por Napoleão, era almejado pelos artistas "brasileiros" do século XIX. Importante referência sobre o tema é Jorge Coli.
Anônimo disse…
Olá, sou uma historiadora da arte. Posso lhe afirmar que o que você diz sobre plágio não se aplica às artes visuais em geral e muito menos a este quadro. É preciso ter-se muito cuidado com a atribuição de plágio. Artistas que trabalham com as artes visuais há séculos usam outros quadros ou imagens anteriores às suas como ponto de partida. Em parte, porque quando a Igreja e os reis eram os únicos a pagar por pinturas, havia regras muito precisas do que pintar e onde. Por exemplo, nos quadros religiosos com a crucificação de Jesus Cristo, o lado ruim, o mal, as almas perdidas ficavam sempre no lado esquerdo, enquanto que as almas boas do lado direito. Este é só um exemplo, os artistas por século não tiveram a liberdade, ou a autonomia de colocar o que quisessem nas suas telas. A tradição de se olhar para trabalhos anteriores foi estabeçecida antes mesmo da Idade Média, onde pintores de manuscritos trabalham em conjunto.

Você está aplicando um conceito muito recente a uma obra que não tinha a intenção que você lhe atribui. Ninguém re-inventa a roda, só porque ela já havia sido inventada antes.

Fica aqui o meu protesto quanto às suas propostas que vêm principalmente do desconhecimento das tradições ou da história da arte. Um abraço,
Ótima postagem. Estou pesquisando sobre o retratista alemão Bindseil. Tem alguma coisa?

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