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Mostrando postagens de 2007

Escolas brasileiras

Lá na minha escola não tem giz. Mas tudo bem, afinal trata-se de uma metodologia muito arcaica. Lá na minha escola não tem merendeira... Mas tudo bem, afinal a obesidade infantil cresce cada vez mais! Lá na minha escola tem sala de informática, porém só um computador funciona direito... Mas tudo bem, essas modernidades atrapalham. Aprendi tudo na cartilha! Lá na minha escola o sol bate tão forte e faz tanto calor que é impossível dar aula... Mas tudo bem, a supervisora sugeriu plantar umas árvores! A gente faz isso há 15 anos e elas nunca chegam a crescer. Lá na minha escola não tem secretária... Mas tudo bem, os professores fizeram uma vaquinha e uma secretária aposentada faz o nosso pagamento. Lá na minha escola tem biblioteca com muitos livros e não funciona... Mas tudo bem, afinal livro não pode ser emprestado porque os alunos estragam. Lá na minha escola tem livros, a gente até empresta, mas não tem funcionário para atender os alunos... Mas tudo bem, afinal nem tud

Professores! 14º, 15º e 16º salários

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Em recente entrevista ao SPTV da Rede Globo, o governador José Serra disse que os professores receberão 14º, 15º e 16º salários. Aí eu pensei em quais seriam as condições para tão benevolente medida. Condições para receber o 14º salário Não usar e nem sequer pensar nas seguintes palavras e frases: Greve HTPC serve pra quê? Quando sai o bônus? Esse mês tem feriado? A culpa é do sistema! Condições para receber o 15º salário Não abonar Não dar faltas justificadas Não faltar para ir ao médico, muito menos no Servidor (entende-se: você, seus filhos, esposa ou esposo, pai, mãe etc... não podem ficar doentes! O melhor remédio é a prevenção!) Prestar trabalho voluntário nos fins de semana na escola. Afinal, o professor precisa se interagir com a comunidade! Garantir que todos os alunos leiam todas as questões do Saresp antes de respondê-las. Todos devem atingir 50% de acerto! (Pô, já é querer demais!) Condições para receber 16º salário Todos os alunos

As Linhas de Nazca

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Onde estão estas fantásticas figuras? Do que se trata? Elas foram criadas por uma antiga civilização, a Civilização Nazca. Esse povo viveu na América do Sul há 2.500 a.C. em regiões áridas do Peru. Mesmo vivendo numa região desértica, os nazcas construíram cidades com 300 mil habitantes. Além disso, eles foram grandes agricultores. Isto só foi possível pela construção de um sofisticado sistema de galerias subterrâneas chamadas puquios que são utilizadas ainda hoje pelos camponeses. Estas imagens foram feitas no solo e até hoje intrigam os pesquisadores. Estas linhas possuem 1cm de profundidade por 30cm de largura em média e, por isso, só podem ser vistas do alto. A perfeição das formas, sua grandeza e simetria impressionam. Por que os nazcas realizaram essas imagens? Qual o significado delas? Há muitas explicações, mas ainda não sabemos com toda certeza. Há quem diga que estas figuras foram feitas por ETs!!! As linhas funcionavam como verdadeiras pistas de pouso

Como os incas alimentavam todo o Império

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#PraTodosVerem: Cidade inca de Machu Picchu localizada no Peru. Ela está sobre uma grande montanha cercada por outras. As construções são de pedra.    O Império Inca era habitado por 9 milhões de pessoas! Eles criaram um eficiente sistema de produção de alimentos distribuídos entre os diferentes níveis de altitude. A base desse sistema era a reciprocidade. Então, cada família não apenas produzia para si mesmo, mas para todos os habitantes. Os alimentos produzidos em outras regiões eram transportados por uma malha de estradas que ligavam todo o império. Assim, todos recebiam os produtos cultivados em outras regiões. Cada família sabia muito bem o que produzir. Esta produção era feita de acordo com a altitude em que aquela familia vivia. A produção de alimentos em níveis de altitude ocorria da seguinte forma: 5000m - gado 4000m - batata 3000m - milho 2000m - frutas 1000m - feijão, algodão e pimenta 0000m - peixes Seguindo esta divisão, uma família ajudava a outra e

As origens da comemoração religiosa do Natal

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O mês de dezembro possui outra atmosfera. As canções natalinas, os enfeites, as luzes dão um certo clima de paz e de harmonia. Fica evidente a alegria das crianças com os presentes e a união de amigos e familiares num ambiente de confraternização [nem sempre autêntico]. Papai Noel e o forte apelo ao consumo tomaram o lugar do sentido original da festa. Esse sentido, todos sabem que é religioso e diz respeito ao nascimento de Jesus. Isso é importante apenas para os que creem ou possuem ainda alguma forma de religiosidade cristã. Mas, quando e como começou este costume de comemorar o nascimento do menino Jesus entre os cristãos? Os primeiros relatos apontam que já no século IV os cristãos da Terra Santa se reunião em Belém na Basílica da Natividade para celebrar este acontecimento. Sabemos também que os cristãos romanos comemoravam o Natal no dia 25 de dezembro, ainda no século IV. Mas, por que o dia 25? Segundo o historiador André Luis Pereira, na religião romana havia a comemo

De onde veio o terrorismo?

Segundo o historiador Osvaldo Coggiola, o termo vem da Revolução Francesa, a chamada Época do Terror (1793-1794). Neste período os revolucionários exterminaram violentamente todos aqueles que fossem considerados contrários aos ideais da Revolução. Assim, a eliminação de indivíduos contrários a uma forma de governo passou a ser considerada como uma atitude terrorista. Os atentados terroristas tornaram-se mais frequentes no século XIX quando os anarquistas adotaram o terrorismo como uma estratégia política. O mais famoso dos atentados neste período foi a assassinato do czar Alexandre II em 1881 na Rússia. O movimento Terra e Liberdade defendia o terrorismo político como forma legítima na luta contra a opressão. Seus membros realizavam atentados suicidas em prol à revolução popular. Segundo Coggiola, a Rússia se transformou na "pátria do terrorismo". A teoria marxista surgiu como uma alternativa à ação terrorista individual do Terra e Liberdade. Veja Também: 11 de s

Onde o Gótico e o Contemporâneo se encontram

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Uma catedral gótica ao lado de um edifício todo espelhado. Onde? Em São Paulo! Mas esta catedral não parece ser a Catedral da Sé... E não é mesmo. Mas existe outra igreja gótica em São Paulo? Existe sim. Ela está lá no Cemitério da Consolação. Esta maravilha em mármore com 12 metros de altura é um túmulo! Esta visita monitorada fizemos com turmas de 8a série da escola Oscar Thompson, onde também encontramos o túmulo de nosso patrono.

Meu aluno estrela de cinema

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A profissão de professor ainda reserva agradáveis surpresas. Descobri que um dos meus alunos do EJA, Maikulan, quando morava na Bahia, participou de um curta-metragem dirigido por Federico Mutti, um italiano estudante de cinema. "Domingo Frango Assado" foi feito em 2004. O curta, ainda inédito no Brasil, tem participado de festivais na Europa. Maikulan veio para São Paulo, onde trabalha. Está concluindo o Ensino Fundamental à noite. Desde 2004, nunca mais teve contato com Federico. Sua história me deixou impressionado e decidi tentar encontrar Federico pela internet. E consegui com facilidade! Maikulan mandou um e-mail para ele e ambos ficaram muito contentes com esse reencontro. Exibimos o curta para classe e os alunos ficaram muito surpresos em ver o colega na tela. Foi uma experiência muito gratificante para todos.

Toquinho e os papéis ao vento

“O que está escrito em mim Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer.  A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer.  Só peço a você um favor, se puder:  Não me esqueça num canto qualquer”. O caderno , Toquinho - Mutinho O final das aulas nas escolas públicas é acompanhado por um triste fenômeno cada vez mais comum: a destruição de cadernos por parte dos alunos. As ruas e as calçadas ficam repletas de folhas. Toda tentativa para evitar o ato não tem sido eficiente. A razão é óbvia: modelar comportamentos pela repreensão ou ameaça e não pela conscientização está fadado ao fracasso em qualquer instância. Agora, o despertar da consciência só se opera no âmbito educativo, seja familiar, seja escolar. Logo, tal comportamento é sintomático, pois sinaliza a crise do sistema educacional brasileiro que vem de longa data e que, infelizmente, não dá mostras de um futuro promissor. A destruição dos cadernos, antes de ser um descaso com o meio ambiente, possui um valor simból

Investigando e descobrindo coisas no Museu Paulista

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Este roteiro de atividade foi elaborado para turmas de 7a série da Escola Oscar Thompson. Trata-se de um excelente recurso para animar os alunos fazendo-os protagonistas da visita. Roteiro para a atividade no Museu Paulista 1- Raposo Tavares está na minha frente, mas não olha para mim... Quem sou eu? [dica: eu vejo todo mundo que entra aqui] 2- Quando fiz 400 anos, muitas “lembrancinhas” foram feitas em homenagem aos bandeirantes. Quais foram elas? [dica: estou próximo de São Paulo] 3- São Paulo era tão diferente... Descubra alguma informação sobre o Pátio do Colégio, lugar onde a cidade começou. [dica: parece mágica! Coloco o dedo e tudo muda!] 4- Fogo! Fogo! Descubra como os bombeiros combatiam os incêndios antigamente. [dica: tudo que tem rodas anda] 5- Tem aluno que não gosta muito de escrever e diz: “Tem que copiá?” Hoje é difícil escrever? Que nada! Descubra como se escrevia antigamente. [dica: olha os anjos na minha esquerda!] 6- O lugar em que você está

Conhecendo melhor o Cambuci

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A escola em que eu trabalho aqui em São Paulo, Oscar Thompson, fica no bairro do Cambuci. Fui convidado pela professora Deborah a participar de um projeto desenvolvido por ela dentro das comemorações dos 100 anos da escola. Percorremos algumas ruas do bairro e caminhamos até a região central da cidade onde visitamos o tradicional centro histórico de São Paulo. Passamos com os alunos pelo Largo do Cambuci, fomos no local onde ficava o prédio antigo de nossa escola (o Grupo Escolar do Cambuci), visitamos a Igreja da Glória e depois seguimos até o centro da cidade caminhando pela Rua Lavapés. Abaixo, sobrados antigos na rua Lavapés. Lindo, não?

Um pouco da História do Cambuci

Como em outros bairros paulistanos, o Cambuci - criado oficialmente em 1906 - surgiu a partir de uma grande chácara chamada Chácara da Glória. O atual Largo do Cambuci era chamado de Largo do Pote e por ele passava o córrego retratado na imagem da postagem abaixo. A Rua do Lavapés era uma das mais famosas de São Paulo. Era caminho obrigatório de São Paulo até Santos. Quando chovia muito formava muita lama na região. Então, as pessoas lavavam os pés antes de entrar em São Paulo, provavelmente, para não sujar o interior das Igrejas. Mas de onde vem o nome Cambuci? Há duas explicações: 1- Cambuci significa "pote" em tupi-guarani. 2- Cambuci é o nome de uma árvore comum no local. Seu fruto, o cambricique, era colocado na pinga.

Quando ainda se podia navegar pelo Cambuci

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Esta imagem é de 1935. Para quem conhece o bairro do Cambuci fica difícil imaginar que era possível navegar pelas águas de um ribeirão que hoje já não existe mais. O espaço é constantemente modificado pelo homem ao longo do tempo (nem sempre para melhor). Hoje, a região abriga muitas lojas e edifícios em construção que contrastam com os cortiços. Ainda é possível observar muitas casas e sobrados antigos em precário estado de conservação. Largo do Cambuci

O Ideal do Cavaleiro Medieval

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Quando eu era pequeno adorava cavalgar num cabo de vassoura. Tinha uma espada e um arco construídos por mim. A garagem de casa era uma câmara de gás e havia o Castelo do Bem (na frente da casa) e o Castelo do Mal (atrás da casa). Passava horas cavalgado de um lado para o outro, lutando contra monstros e libertando princesas. Eu era um cavaleiro medieval sem saber... Talvez, é por isso que depois passei a gostar muito dos filmes que envolviam aquelas batalhas antigas. Espadas, escudos, lanças, armaduras, cavalos, guerras, torneios... É o que apareciam nos filmes sobre os guerreiros da Idade Média. Porém, a Ordem da Cavalaria possui tudo isso e muito mais! E este muito mais é o que deixa tudo mais interessante!!! A conduta de um cavaleiro era baseada nos seguintes preceitos: Bravura - Não temer a morte. Honra - Defender a sua honra e a honra da Cavalaria. Liberalidade - Distribuir com generosidade os seus bens. Acudir os pobres, as viúvas e os órfãos. Lealdade - Para co

Agora sim! O Bernardo realmente nasceu !!!

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Hoje, 6 de setembro de 2007, nasceu meu filho Bernardo na Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim. Depois de um grande sufoco, estamos todos aliviados. Ele e minha esposa estão muito bem, graças a Deus. Bernardo pesa 3,535 Kg, mede 49 cm e é a cara do pai, claro... Ah, Bernardo significa "atrevido, ousado como urso". Escolhemos este nome porque Bernardo de Quintavalle foi o 1º seguidor de São Francisco. Bom, há também o fantástico São Bernardo de Claraval, Abade cisterciense.... 6 de setembro é considerado o dia de São Zacarias, o profeta pai de São João Batista. Um pouquinho de cada um deles para o nosso ursinho!

O que há de comum entre Pedro Américo e Napoleão Bonaparte?

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Este quadro todo mundo conhece: é o "Independência ou morte" pintado por Pedro Américo em 1888. Todos sabem que esta cena jamais aconteceu. Foi invenção de Pedro Américo para tornar o grito do Ipiranga um ato heroico e glorioso. Agora, o que pouca gente sabe é que talvez Pedro Américo não tenha inventado a cena, mas "copiado". Olhe bem para o segundo quadro abaixo pintado em 1875 por Ernest Meissonier. Ele é sobre a vitoriosa batalha de Napoleão em Friedland no ano de 1807. Alguns historiadores dizem que Pedro Américo teve como referência para o seu trabalho o quadro de Meissonier. Portanto, tratou-se de um "plágio" bem bolado. D. Pedro I, assim como Napoleão Bonaparte, está montado no cavalo posto em uma elevação, cercado por uma pequena comitiva e fazendo o mesmo gesto. Napoleão segura seu chapéu. D. Pedro sua espada. Ambos estão na mesma posição do quadro. À direita, aparecem os cavalos. Meissonier os pintou como que saindo do quadro. Pedro Amér

História em Debate: Cotas raciais nas Universidades

Em março de 2005, Luís Nassif em sua coluna na Folha de S. Paulo defendeu a ausência das cotas raciais nas universidades públicas. Isto deu um bafafá... Em 2006, um grupo de intelectuais elaborou um manifesto contra a aprovação dos projetos da Lei de Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial. Esta atitude resultou num novo manifesto, agora dos defensores do sistema de cotas nas universidades. Vejam um trecho dos manifestos: Contra as cotas nas universidades Se os projetos forem aprovados, a nação brasileira passará a definir os direitos das pessoas com base na tonalidade de sua pele, pela raça. Políticas dirigidas a grupos raciais estanques em nome da justiça social não eliminam o racismo e pode produzir o efeito contrário, dando respaldo legal ao conceito de raça e possibilitando o acirramento do conflito e da intolerância. O principal caminho para o combate à exclusão social é a construção de serviços públicos universais de qualidade nos setores da educação, saúde e previ

O beijo de Amor

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Você sabe quando o beijo na boca passou a significar uma demonstração de Amor? Foi na Idade Média! Por volta do século XII, na Europa Ocidental, surgiu uma nova forma de amor nas relações entre o homem e a mulher: o amor cortês. O amor cortês ou a cortesia se desenvolveu a partir de um modelo anterior que reforçou as relações de fidelidade entre os homens: a vassalagem. No ritual de vassalagem o vassalo prestava uma homenagem para o senhor. O que esta nova relação de amor fez foi colocar a mulher no lugar do senhor. Então, o homem, na cortesia, prestava homenagem e jurava fidelidade a sua dama amada. O ritual de vassalagem era selado com um beijo na boca entre o senhor e o vassalo. Com o amor cortês, esse beijo (agora entre um homem e uma mulher) significava o amor existente entre os dois. E assim, surgiu o beijo amoroso. Mas antes disso não havia beijo na boca? Em Roma Antiga ninguém beijava? Claro que sim! Mas o beijo não tinha este significado. Era uma forma de exci

Homero e o primeiro livro escrito pelos gregos

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Os poemas homéricos presentes na Ilíada e na Odisséia são considerados a primeira obra literária da história da Grécia. Mas estes textos também são documentos históricos. Além da fascinante história de Menelau, Paris, Helena, Aquiles, Ulisses, Penélope e Telêmaco, hoje os historiadores dizem que a escrita de Homero é um registro sobre uma sociedade que havia desaparecido quando ele compôs a obra no século VIII a.C. Isso também é fascinante! Homero não fazia uma descrição do mundo em que ele vivia. Ele falava de algo que não existia mais, um período obscuro entre os séculos X e IX a.C. Neste tempo, a escrita deixou de existir. Havia apenas histórias orais passadas de geração a geração. A escrita ressurgiu no século VIII e assim foi possível a existência da Ilíada e a da Odisséia.

De onde vem o nome Brasil?

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Ah... Essa é fácil! Brasil vem de Pau-Brasil, a árvore que os portugueses encontraram nos primeiros anos da colonização. E assim, deram nome a esta terra de Brasil, certo? ERRADO. A história é bem mais interessante. Olhe bem para o mapa abaixo. No canto superior esquerdo, há uma ilha próxima da Irlanda destacada por um quadrado. Esta é a Ilha Brasil!!! Calma... a ilha não existe, mas desde a Idade Média muitos acreditavam na sua existência. A palavra Brasil é de origem céltica: breas e ail , que significa “nobre” ou “bem-aventurado”. Este nobre seria Bresal, filho do primeiro rei cristão de Thormond. Mais tarde ele foi considerado santo, São Brecan. Bresal ou S. Brecan partiu em missão para as ilhas de Aran entre os anos 480-500. A população da região acreditava na existência de uma “ilha afortunada” que a cada sete anos surgia e desaparecia entre nevoeiros. Esta crença pegou e posteriormente, muitos denominaram esta ilha como Ilha Brasil, por causa do santo. Os europeus, diante

A Escravidão na Grécia Antiga

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Quando falamos de escravidão vem a nossa mente os negros sendo maltratados nas senzalas. A escravidão moderna, quando não vitimou milhares de africanos, condenou-os a uma vida indigna e terrível. Essa cruel realidade contamina o nosso olhar quando nos voltamos para as civilizações antigas, podendo causar uma certa confusão. Na Antiguidade, a escravidão ocorria por dois motivos principais: tornava-se escravo por dívidas contraídas e não honradas (cuidado com o Serasa e SPC) ou pela derrota em uma guerra. Assim, a etnia ou posição social não eram fatores decisivos para a escravidão. A escravidão para os gregos era uma coisa evidente e ninguém questionava a sua necessidade. Tratava-se de algo natural. Alguns homens nasciam para serem senhores e outros para serem escravos. A escravidão era uma condição para que a liberdade pudesse ser gozada por um grupo de cidadãos. Em Atenas não havia uma atividade específica para a escravatura. Um homem livre fazia as mesmas coisas que um escravo

A origem lendária de Roma - parte I

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Todo mundo já ouviu falar de Rômulo, Remo e sua mamãe loba. Porém, a história lendária de Roma começou bem antes dos irmãos gêmeos fundarem a cidade. Sua origem está na guerra dos gregos contra os troianos. Em meio a cidade de Troia em chamas, o troiano Eneias conseguiu escapar carregando seu pai velhinho nos ombros. Ele também conseguiu salvar seu filho Ascânio do incêndio. Protegido pelos deuses, Eneias caminhou em direção ao ocidente predestinado a fundar uma cidade que dominaria o mundo. Ele foi parar em Cartago, no norte da África. Lá, conheceu a princesa Dido que se apaixonou por ele. Após deflorar a jovem donzela, Enéias abandonou Dido e partiu para a Península Itálica. Esta é a explicação lendária para a rivalidade que existiu entre cartagineses e romanos. Já no Lácio (centro da Itália), Eneias se casou com uma princesa da região. Seu filho Ascânio fundou uma nova cidade: Alba Longa. E assim, chegamos na metade da história sobre a origem lendária de Roma. Leia t

A origem lendária de Roma - parte II

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Após uma longa sucessão de reis em Alba Longa, a história de Roma recomeça no reinado de Numiator. Seu irmão Amúlio ambicionava o trono e tudo fez para ocupar o lugar de Numiator. E conseguiu! Mas, havia um problema. Amúlio tinha de impedir que os sucessores diretos de Numiator pudessem um dia retomar o governo de Alba Longa. Para eliminar seus possíveis concorrentes, Amúlio fez de Silvia - filha única de Numiator - uma vestal. As vestais dedicavam suas vidas aos serviços do Templo e deveriam permanecer virgens. Assim, Numiator jamais teria um descendente homem. Entretanto, o deus Marte, compadecido pela triste sorte da bela Silvia, a engravidou. Silvia deu à luz gêmeos: Rômulo e Remo. Agora a história começa a ficar mais familiar, não é mesmo? Ao saber do nascimento dos bebês, Amúlio os sequestrou e lançou as crianças no Rio Tibre dentro de um cesto. Uma loba encontrou o cesto em uma das curvas do rio e amamentou os meninos. Rômulo e Remo não se transformaram em dois menin

A Lei do Ventre Livre: para inglês ver

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Parece piada de mau humor. A Lei do Ventre Livre foi mais uma das muitas leis que são feitas em nosso país para não funcionar. Ela daria liberdade a todos filhos de escravos nascidos após 1871, quando a lei entrou em vigor. Porém, o dono do escravo é quem decidia libertar a crianças quando ela completasse 8 anos (e receber uma indenização do governo) ou mantê-la como escravo até os 21 anos. Claro que a grande maioria preferia a segunda opção, pois assim o lucro era bem maior. Para alguns historiadores, esta lei teria uma dimensão mais psicológica. Após a participação dos negros lutando na guerra do Paraguai terminada em 1870, temia-se que os ex-soldados movessem uma revolta contra a escravidão no Brasil. Assim, a Lei do Ventre Livre significaria uma atitude amistosa do governo para com os filhos dos negros que defenderam o Brasil.

Uma proposta para um Trabalho de Campo

Dia 24 último tive a oportunidade de realizar um Trabalho de Campo com meus alunos do 9º Ano no Centro Histórico de São Paulo. Tal atividade consiste em elaborar reflexões e conclusões a partir da observação atenta dos diferentes elementos que compõem uma paisagem e de sua interação. Este trabalho requer uma preparação minuciosa com tarefas para antes, durante e para depois da viagem ao local escolhido. É fundamental que os alunos saibam muito bem (com antecedência) o que é um trabalho de campo e como ele é feito. Também é importante ter contato com informações básicas e visuais dos lugares que serão visitados. Então, inicialmente, os alunos fizeram um levantamento de alguns dados históricos e de algumas curiosidades a respeito do centro histórico. Depois, eu apresentei imagens dos lugares: Praça e Catedral da Sé, Pátio do Colégio, Prédio do Banespa, Edifício Martinelli, Vale do Anhangabaú, Viadúto do Chá, Teatro Municipal, Estação Júlio Prestes e Estação da Luz. A segunda etapa

A tragédia americana

O atentado do último dia 16/04 nos EUA que provocou a morte de 32 pessoas num campus universitário no Estado da Virgínia, leva-nos a uma reflexão não apenas sobre as causas desta tragédia, mas sobre as primeiras causas, ou melhor dizendo, aos fatores condicionantes. O ato em si já aconteceu outras vezes na história recente dos Estados Unidos, isto é, estudantes serem vitimados por colegas em instituições de ensino. Porém, esta atitude revela um comportamento próprio do imaginário coletivo americano: o de resolver problemas ou diferenças (ou se precaver deles) pela força das armas. Esta mentalidade está presente desde a formação do país. A conquista territorial para o oeste se fez, ainda que não exclusivamente, pelo conflito armado com espanhóis, mexicanos e indígenas. A atuação do exército norte-americano pelo mundo nada mais é do que a extensão desta mentalidade. Portanto, estamos diante de uma sociedade exageradamente armada que garante os grandes lucros da indústria bélica. A ar

Verdade ou exagero?

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A questão sobre a internacionalização da Amazônia é antiga e real. Porém, há visões exageradas sobre este problema. Uma delas é a história de um livro didático de geografia feito nos Estados Unidos que ensina que a Amazônia é uma região internacional e não faz mais parte do Brasil. Acredita-se hoje, que este mito foi disseminado por um grupo ultra-nacionalista brasileiro. Indico aqui um bom artigo que discute o real problema sobre a internacionalização: A internacionalização imaginada da Amazônia

Internacionalização da Amazônia

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Em um debate numa Universidade americana, Cristóvam Buarque, ex-governador de Brasília, foi perguntado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.Quem perguntou disse que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Esta foi a resposta de Cristóvam Buarque: "Como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se sob uma ética humanista, a Amazônia deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subi

Entendendo Mazzini

Giuseppe Mazzini era o líder da Itália Jovem, que juntamente com o Risorgimento e com os Camisas Vermelhas lutavam para promover a unificação italiana no século XIX. Porém, o grupo de Mazzini formado por intelectuais refletia sobre os problemas da Itália desunida e sobre os benefícios proporcionados pela unidade. Neste texto, além de Mazzini exaltar os aspectos físicos do país (lugar mais belo da Europa, será?), gloria-se do passado político, artístico e científico do povo italiano. Como não reconhecer as ações políticas do Império Romano ou as contribuições de Maquiavel para a fundamentação do pensamento político moderno muitos séculos depois da existência dos césares? Sobre a arte e a ciência o que dizer então dos renascentistas Michelangelo, Da Vinci, Rafael, Brunelleschi, Botticelli, Galileu Galilei... Contudo, apesar de todo esse passado glorioso que formou e organizou grande parte do conhecimento que regeria o mundial, a Itália do século XIX estava completamente desorganizada

Unificação Italiana por Giuseppe Mazzini

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“Somos um povo de 21 a 22 milhões de homens designados, há tempos imemoráveis, sob o nome de povo italiano, encerrados dentro dos limites naturais mais precisos jamais traçados por Deus: o mar e as montanhas mais altas da Europa. Falamos a mesma língua, temos as mesmas crenças, os mesmos costumes, os mesmos hábitos; orgulhamo-nos do mais glorioso passado político, científico, artístico conhecido da história européia. Não temos bandeira, nem nome político, não temos voz entre as nações da Europa. Nós não temos um centro comum. Nós somos desmembrados em oito Estados, independentes um do outro, sem aliança, sem unidade objetiva, sem contatos recíprocos regulares. Oito linhas de alfândega, sem contar os impedimentos que resultam da triste administração interior de cada Estado, dividem nossos interesses materiais, colocam obstáculos em nossos progressos, impedem todo o crescimento manufatureiro, toda a atividade comercial externa. Proibições ou direitos enormes impedem a importação e a ex

A lógica das fábricas

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As invenções e as fábricas foram dois grandes motores da Revolução Industrial que teve início no século XVIII. Este acontecimento que mudou a história do mundo, por um lado, pode ser entendido como uma consequência do desenvolvimento do capitalismo; por outro lado, também é possível dizer que o capitalismo atual atingiu esse grau de complexidade pela própria expansão industrial. Em busca do lucro a qualquer custo, os industriais adotaram a lógica de produzir cada vez mais num tempo cada vez menor. Assim, era necessário aumentar as horas e o ritmo de trabalho. Para atingir esse objetivo, os trabalhadores tinham de atuar de forma organizada e intensa com tarefas repetitivas. Nas fábricas, pregava-se a ideologia do tempo útil, ou seja, o trabalhador ficaria rico se com a sua habilidade, conseguisse usar cada segundo do tempo para produzir mais. É claro que ele não se enriquecia. É por causa dessa ideologia que ainda hoje ouvimos a famosa frase: tempo é dinheiro. A situação dos oper

Projeto Integrando Amazônia

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Lindinhos! Vocês deverão escolher em um dos sites sobre o Projeto Integrado que estão ao lado, um artigo, uma reportagem, uma entrevista... sobre a AMAZÔNIA [meu, num agüento mais!!!]. Depois, clique em COMMENTS. Copie e cole o link do texto que você escolheu . Escreva um breve resumo e um breve comentário. Depois, selecione OUTRO, escreva seu NOME e SÉRIE e clique no botão laranja PUBLICAR COMENTÁRIO. E todos serão felizes para sempre! P.S. A foto é de uma aldeia Yanomami.

Se serve como consolo, nada está tão ruim que não possa piorar

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O jornal Folha de S. Paulo publicou no dia 6 mar. 2007 uma reportagem sobre o resultado das escolas públicas de São Paulo no ENEM. De 621 escolas, nenhuma conseguiu nota acima de 50 pontos (a prova valia 100). Isto é, ninguém atingiu a metade da prova, o que prova o fracasso do ensino público paulista. Disso, todos já sabiam, até mesmo o governo... É claro que esta triste realidade é consequência de quase 10 anos de progressão continuada. Ao invés do governo reconhecer o erro, culpa os professores. Segundo a Secretária da Educação, a progressão continuada não funciona porque o professor não gosta...

Socialismo utópico

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#pracegover: pintura do rosto em perfil de Sair Simon. Seu cabelo é curto e loiro. Seu nariz é bem destacado na imagem. Este é Saint Simon, um importante socialista utópico francês. O termo socialismo utópico foi criado por Karl Marx. Trata-se de uma crítica feita aos socialistas anteriores a ele. Bom, pelo tamanho do nariz, dá pra pensar que para Marx, os utópicos eram todos mentirosos... Brincadeiras à parte, ao contrário do que muita gente pensa, esta crítica não consistia em dizer que os socialistas utópicos foram assim chamados porque não possuíam ideias concretas. É muito comum ler isso em livros didáticos. Porém, Owen, Fourier, Blanc possuíam ideias bem concretas para melhorar a vida dos trabalhadores. A critica de Marx aos primeiros socialistas é mais profunda. Segundo o criador do socialismo científico, os utópicos viam os trabalhadores apenas como uma classe sofredora que precisava da ajuda e dos bons sentimentos da burguesia. Para ele, os utópicos pretendiam atenuar as des

Sociedade Alternativa

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Em uma entrevista, Raul Seixas disse que em 1974 foi expulso do país quando os militares o interrogaram sobre a localização da Sociedade Alternativa. Ele disse que era apenas uma música. E era mesmo. A Sociedade Alternativa nunca existiu realmente. Na verdade, nem se tratava de um conjunto de ideias claras ou propostas objetivas. Tratava-se de um sonho. Mas o termo assustava, uma vez que ficava claro que a sociedade da época não bastava, precisava ser reformada ou substituída. A Sociedade Alternativa era uma mistura de princípios filosóficos com ocultismos e esoterismo idealizados por Raul e por Paulo Coelho. Eles foram influenciados por um ocultista inglês chamado Aleister Crowley. O princípio básico, que está presente na letra da música é: "faça o que tu queres, pois tudo é da lei". Então, a única lei é fazer o que quiser. Isto deve ser entendido dentro do contexto de ausência de liberdade imposta pelos militares na época. Embora a ideia de acabar com o governo

Primeira Guerra Mundial: Trégua para uma pelada

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Créditos da imagem: ThoughtCo Coisas surpreendentes acontecem a todo momento. Durante a Primeira Guerra Mundial soldados inimigos fizeram uma trégua para jogar futebol!!! Ingleses e alemães já cansados da guerra e de viver em condições terríveis nas trincheiras, por algumas horas se tornaram irmãos: trocaram alimentos, dançaram e até fizeram uma pelada. Esta é uma daquelas histórias difíceis de se acreditar. Tudo aconteceu no dia de Natal em 1914. Os alemães começaram a cantar hinos religiosos e tradicionais para comemorar o nascimento de Jesus. Os ingleses responderam da mesma forma. Quando cessaram as músicas, um soldado alemão saiu desarmado da sua trincheira e se dirigiu ao "inimigo" para desejar Feliz Natal. Esta atitude encorajou muitos outros soldados que fizeram a mesma coisa. Mesmo sem saber a língua do inimigo se comunicavam com gestos e dividiam cigarros, bebidas, mostravam fotos da família de uma forma tão descontraída que nem parecia guerra. E assi

O Homem do Livro

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O Homem do Livro é cercado de mistérios... Aliás, ele vive disso. Sempre que você tiver uma dúvida cruel, algo que você sempre quis saber e nunca ninguém te respondeu, pergunte ao HOMEM DO LIVRO. Bom, na verdade, ele parece não responder nada... Fiel ao seu grande mestre Sócrates, o HOMEM DO LIVRO sempre vai além do problema. Não perca a oportunidade de conhecer esta estranha criatura

Desmatamento na Amazônia

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Ontem, tive a oportunidade de participar de uma palestra com o Dr. Evaristo Eduardo de Miranda, chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite. O tema da palestra foi Amazônia. Seu último artigo publicado em 17 jan. de 2007 no Estadão é impressionante. Ele é uma síntese de questões importantes sobre o desmatamento no Brasil que foram abordados pelo professor na palestra. Não deixe de ler! É muito bom! Clique aqui para ler o artigo do professor Miranda . 9º ANO Vocês podem responder a tarefa aqui mesmo. Basta clicar em COMMENTS. Depois selecione OUTRO, escreva seu NOME e SÉRIE e clique no botão laranja PUBLICAR COMENTÁRIO.

Resultado do estudo sobre o desmatamento mundial

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A tabela aponta a redução das florestas primárias em várias regiões do mundo. Os 4.690 Km quadrados de florestas primárias da Europa foram reduzidos a 14 Km quadrados, 0,3% do total. O Brasil foi o que menos destruiu as suas florestas primárias.

Garoto Gorfadinha em: Encontrei Papai Noel!

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Garoto Gorfadinha - Meu Deus! Papai Noel existe mesmo! Ué, meu pai sempre disse o contrário... Papai Noel! Karl Marx - Você está falando comigo? Garoto Gorfadinha - Estou sim! Sua barba é de verdade mesmo? Como o senhor se sente sendo tão querido pelas pessoas? Karl Marx - Claro que é de verdade! Embora eu não seja tão querido assim, não preciso de disfarces garoto! Garoto Gorfadinha - Mas... Karl Marx - Posso até ser querido pelos proletários... mas sou odiado pela burguesia... não me incomodo com isso, mesmo porque, o burguês está com seus dias contados... Este indivíduo deve ser suprimido!!! Garoto Gorfadinha - Eles são tão maus assim? Karl Marx - Os burgueses exploram o trabalhador reduzindo-os à escravidão! Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda parte! Não respeitam nada! Desejam o lucro apenas! Garoto Gorfadinha - Estou um pouco confuso...

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